segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Tatting Book 229_9083 - Doily - Observações

Sobre imprimir o nosso olhar naquilo que vemos e gostamos.


Amo as publicações antigas, há mais de uma década me dedico a estudar e tecer rendas antigas que me parecem lindas. 
Meu inglês não é grande coisa e não falo francês, italiano ou alemão, mas teço o frivolité há tempo suficiente para conhecer alguns de seus caminhos e truques. Tenho sido muito feliz quebrando minha cabeça por horas a fio, literalmente, as vezes por dias, até meses, decifrando rendas antigas.
Por vezes me sinto em outro tempo, tenho nostalgia do que não vivi nem conheci... 
Como já comentei, rendar em silêncio é, para mim, algum tipo de oração, rendar me traz felicidade.

Essa foi a preparação para a segunda carreira - Terceiro post.

Este é o fio da conversa de uma publicação que fiz no Instagram e no Facebook no dia 18/01/2022.

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Um olhar rápido, ou menos atento, pode nos levar a imaginar que está tudo igual, mas não, não está.
Olhando mais de perto vemos as grandes diferenças que, à distância, são mais sutis.


Vamos lá...

Essa carreira é bem simples e na foto estão a forma como o livro indica, à esquerda, e outras duas formas que escolhi tentar.
Iniciei a carreira e teci o primeiro elemento exatamente como manda a receita. Não gostei do resultado, que, evidentemente, poderia ter sido melhor se eu fosse uma rendeira mais experiente. Então resolvi testar outras formas de tecer essa carreira da toalhinha.

Separei imagens mais aproximadas de cada tentativa.

1°:
Aqui teci como indica a receita.
A receita nos diz que devemos tecer com navete + novelo e o primeiro anel superior deve ser conectado à corrente que o precedeu. Como os picots estão em direção oposta, fazemos essa conexão "abraçando" a corrente no espaço entre o último picot e a base do anel. Depois tecemos o anel inferior, também conectado à corrente, no picot e conectado à roseta e, por último, o segundo anel superior que se conecta tanto no 1°anel quanto à corrente que se seguirá à ele.
Como se vê na imagem, a estética fica um pouco confusa... Mas gostei de não haver uma abertura entre os anéis, como ocorre normalmente.

2°:
Este é o avesso conforme eu estava tecendo nessa primeira vez. Se eu fosse tecer exatamente como a receita eu consideraria este lado como o direito pois gostei mais dessa estética.

É, kkkkkk, frivolité tem direito e avesso, mais essa é uma outra conversa. Poderemos conversar sobre isso outro dia.
Estou tecendo essa toalhinha de forma comum, então considero como direito a face direita dos anéis.
Aqui ainda está confuso, mas acho que está mais estético.

3°:
Para esse tipo de elemento, um trevo, eu nunca pensei em tecer como descrito na revista. Então foi muito interessante observar o resultado.  

Utilizei navete + novelo, teci e sequência de passos como indica a receita, mas não conectei os anéis superiores às correntes, apenas o inferior. Isso não será um problema porque a terceira carreira os manterá no lugar.
Surgiu o espaço que sempre surge e se vê nitidamente a sequência do trabalho pelo "caminho" que a linha faz.

4°:
Teci utilizando duas navetes. Teci como eu teceria intuitivamente se se tivesse apenas a imagem e nenhuma indicação.
Teci os anéis superiores com a navete principal e não os conectei as correntes. O anel inferior teci com a navete auxiliar e o conectei às correntes.


Dá muita pena cortar o experimento, mas eu não teria como guardar tudo o que teço como teste... Melhor que temos as imagens e os posts para nos recordarmos do passado.


Separei meu experimento do elemento central. 
Escolhi tecer com 2 navetes.
Minha proposta não é a de reproduzir "exatamente" a forma indicada de tecer essa toalhinha, farei isso depois... Agora desejo apenas tecer e desfrutar desse design que me atrai já há bastante tempo...

Abençoado dia para todos nós.

Beijo,
Maria

domingo, 30 de janeiro de 2022

Cada um é um e cada um sabe de si...

Agulha de costura X agulha de crochê na finalização da renda.

Outro dia estávamos conversando sobre a finalização, conclusão da renda.

O padrão que eu tecia naquele momento, como milhares de outros, finalizava com a conexão da última corrente na base da primeira, que é um minúsculo espaço entre a base do primeiro anel e o início da primeira corrente.

Para comentar sobre esse meu ponto de vista eu postei uma foto que já está publicada aqui no Blog.

Eis a foto:


Você observa nessa imagem os elementos tecidos e dois deles finalizados, ou seja, com a conexão da última corrente fechando o elemento. Falta apenas esconder as linhas, dando acabamento. 
Muitoas pessoas não entenderam o porquê disso, já que durante o trabalho fazemos todas as conexões com a agulha de crochê que, no meu caso, está conectada à navete... Sendo assim, porquê não finalizar de uma vez utilizando o mesmo expediente.

Então...

Cada um sabe de si... Eu sei de mim... 

A ponta da agulha de crochê é um gancho. Esse gancho é maior que a espessura da linha e também maior que o início do corpo da agulha, o movimento que precisamos fazer para trazer a linha para a conexão esgarça irremediavelmente o nó mais próximo e a linha vem dupla, formando uma laçada pela qual a navete deve passar. Se deixarmos essa laçada muito tensa no movimento de passagem da navete essa laçada abrirá para lados opostos, ajudando a aumentar ainda mais esse espaço criado pela agulha de crochê. Tudo isso junto faz com que a abertura feita no corpo da renda seja bem maior do que a necessária para a passagem da linha... O que não ocorre com a agulha de costura. 

A agulha de costura é pontiaguda e o corpo da agulha é o mais fino possível, o movimento não é brusco, portanto tenciona, porém, não esgarça o nó mais próximo. A linha vem dupla, claro, mas não existe nenhum movimento que force essa linha. Quando a agulha é fininha, como as que eu uso, olho da agulha, onde passamos a linha, é maior que o corpo dela, mas nunca será tão grande quanto o gancho da agulha de crochê. Resultado... Como você pode observar na primeira imagem, não existe uma abertura grande na conexão da última corrente desse elemento.

Agora observe:
Aqui o mesmo elemento tecido com uma Mercer Crochet 20. 
Viu a abertura? Não? Amplie a imagem...
Eu sei, é pequena, mas ela me incomoda. 

Como digo e repito, cada um é um e cada um sabe de si...

Observando todo o elemento acima podemos observar que o único local que tem essa abertura é justamente o ponto de finalização do elemento... Essa abertura "separa" a base do anel da corrente. 
É pequeno? É. 
É totalmente perceptível à todas as pessoas? Não. 
Influencia tanto na estética da renda ao ponto de desqualifica-la? Nunca!! 
Me incomoda? Muito...
kkkkkkk
É isso... Faço como faço porque quero e gosto, e acredito que você deva fazer também o que você quer e gosta... Novamente... Cada um é um e cada um sabe de si.

Novamente, observe a próxima imagem. Também é uma foto já publicada aqui no Blog.

Viu a abertura aqui? Não? 
Amplie a imagem... 
Viu agora? Não?

Sabe porque você não viu?
Para fazer essa foto eu cortei a linha, fiz a conexão com a agulha, atei a linha novamente e fiz a foto.
Eu queria essa foto, mas não queria a abertura... 

Mas o resumo da ópera é:
Cada louco tem suas manias... kkkkk E essa é uma de minhas manias.

Da mesma forma que eu sou um ser único, você também é e você deve fazer as coisas como te pareçam bem, e não precisa ser como eu faço.

Encontre seu ponto de equilíbrio e seja feliz!

Ah, mas observe que todo o cuidado cai por terra se utilizarmos uma agulha muito grossa, que seja incompatível com a linha.

Ufa! É isso.

Tenha um lindo e abençoado dia.

Até logo.

Beijo,
Maria


sábado, 29 de janeiro de 2022

Tatting Book 229_9083 - Doily

Segundo post.

Este é o fio da conversa de uma publicação que fiz no Instagram e no Facebook no dia 16/01/2022.

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Os elementos estão tecidos, falta esconder as linhas, arrematar com cuidado. 

Quando utilizo linhas bem fininhas prefiro arrematar com um nó simples e esconder as pontas costurando, muito delicadamente, entre os nós, assim evito que se forme uma protuberância que a técnica do "fio mágico" deixa em linhas muito delicadas. 

Outra coisa que faço é não finalizar a conexão, neste caso, da última corrente. Faço assim porque a agulha de costura é mais delicada que a agulha de crochê, ela é pontiaguda, e não fará uma abertura muito grande.
É bem verdade que a abertura que a agulha de crochê faz não é tão grande assim, mas, cada um sabe de si...kkkkkkk E toda vez que vejo essa abertura não gosto, então faço como comentei.

Confesso, não gosto muito dessa parte... Mas dedico a ela cuidado, atenção e tempo pois o acabamento faz toda, toda a diferença.
Sem contar que um acabamento mal feito, tipo um simples nó cego com fios cortados rente, pode fragilizar a renda.

Quando utilizo linhas mais grossas, principalmente as mais macias, eu gosto de aplicar a técnica do fio mágico. Postei esse tutorial há algum tempo... 

Após essa etapa poderei começar a tecer minha toalhinha e colocar cada elemento em seu lugar. 

Essa toalhinha está na publicação livre Tatting Book 229 - Clark's O.N.T. J.&P. Coats, de 1946.
Está na página 14.
Você encontra essa publicação no Google ou Pinterest. Pode encontrar em uma sequência de fotos ou um arquivo em pdf. Como é uma publicação livre de Direitos Autorais, é fácil encontrar.

Deixo aqui detalhes da linha.



Tenha um ótimo dia, que seja leve, produtivo e abençoado...

Beijo,
Maria

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Tatting Book 229_9083 - Doily

Primeiro post.


Este é o fio da conversa de uma publicação que fiz no Instagram e no Facebook no dia 14/01/2022.

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Amando essa linha!
Linda, macia, delicada, desliza tão bem...
Adoroooo!
Veja os detalhes da linha no post anterior.

A indicação da revista é de utilização de navete + novelo, mas para esses casos em que temos um anel central solitário, prefiro tecer com duas navetes.

Resolvi tecer uma toalhinha que está na publicação livre Tatting Book 229 - Clark's O.N.T. J.&P. Coats, de 1946.
Está na página 14.
Você encontra essa publicação no Google ou Pinterest. Pode encontrar em uma sequência de fotos ou um arquivo em pdf. Como é uma publicação livre de Direitos Autorais, é fácil encontrar. 

Achei tão lindo esse elemento... 

Se você for tecendo e conectando os elementos pode obter desde uma toalhinha para bandeja até uma colcha para cama, passando por roupas e muitas outras coisas... Tendo linhas e tempo, a imaginação é o único limite.

Beijo,
Maria

Sobre planos e mudanças

Estes primeiros posts que marcam meu retorno ao Blog serão meio frenéticos e algo confusos em sua cronologia. É que tanto no Facebook quanto no Instagram as conversas não fluíram como eu desejava, então farei pequenas e pontuais modificações em algumas e mudanças maiores em outras.

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Esta é uma publicação do dia 10/01/2022.

Mudar de planos, acontece com todos nós e muito, comigo acontece o tempo todo... kkkkkkk

Quando enchi algumas bobinas com essa linha linda eu tinha planos em mente, sabia exatamente o que iria tecer. Fui pegar o gráfico e zás... Me apaixoneir por outro... Kkkkkkk

Sabe quando uma coisa é irresistível?!
Ainda vou tecer o que planejei, só dei uma mudadinha nos planos... Kkkkkkk 

Square Medallion

Esse é um gráfico gratuito da Jennifer Williams.
Seu lindo site está aqui:

Ela tem muito gráficos lá, muitos... 
Passeie por lá e encontrará lindas rendas para tecer com prazer e também para aprender novas técnicas e usos.
Este que teci é o Square Medallion, ele está entre outros que tecerei com certeza.

Agora a linha que estou usando... Linda, maravilhosa, quase mágica. Amei.
Claro que linhas e fios são um assunto muito pessoal, o que é um tesouro para mim, para você pode ser latão. A chave aqui é experimentar tudo o que você possa, tudo!




Como você pôde ver nas imagens, é a Anchor - Freccia 20 - cor 286

Essa é uma cor muito clássica, adorooo!

É uma linha muito delicada, três cabos muito macios com uma torção leve.
Quem me acompanha sabe que tenho paixão pelos Mercer Crochet, mas eles são muito secos, essa Freccia não... Ela é sedosa... Tecerei muito, muito mesmo com ela.

Beijo,
Maria

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Senti uma necessidade muito grande de voltar aqui. 
Sempre estive ativa, ora no Facebook, ora no Instagram, ora nos dois. Por vezes, só em casa, no silêncio com minhas linhas, fios, miçangas... 
No silêncio... sem sons ou imagens, pensando, organizando pensamentos...

Rendar por gosto, e em silêncio, é certamente uma meditação... Por vezes, para mim, chega a ser um tipo de oração... Não sei explicar muito bem, mas me parece algo sagrado... Que me conecta ao Sagrado, que me permite conhecer a mim mesma, me traz paz e conforto. É um lugar seguro.


Mas eu também gosto de conversar, e sobre minha paixão por rendas, tenho algo a dizer. 
Mas o formato das postagens tanto no Facebook, quanto no Instagram não permite que essa conversa flua como eu gosto. Então voltei aqui.

Eu gosto de escrever como se eu estivesse tendo uma conversa amigável com você, como se eu estivesse sentada ao seu lado com um bom café e tempo. E quando eu digo você, é você mesmo, a pessoa que eu posso ou não conhecer, mas que parou aqui e agora para ler essa conversa.
Certamente eu não sei se conversaremos agora mesmo, até o final da tarde ou amanhã... Talvez seja no ano que vem, mas eu espero muito que você chegue aqui e se sente para conversar comigo. De qualquer forma, essa conversa estará aqui te esperando, seja pelo tempo que for... E espero, que quando você chegue, te seja útil.

Essa toalhinha que mostrei aqui é da designer Norma Benporath. Teci utilizando as indicações do gráfico que a talentosa, e também designer, Jon Yusoff desenhou. Usei Mercer Crochet 60. Você encontra esse gráfico no lindo blogue da Jon.

Volte logo, estarei te esperando para conversarmos.

Um beijo...
Maria
🌸



 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Vídeo mostrando 3 modelos de navetes

Oii,

Criei um canal no YouTube e já tenho alguns vídeos lá. Tenho dicas, rendinhas fáceis e tutoriais de rendas da publicação Priscilla Tatting Book 03.

O vídeo que deixo aqui mostra 3 modelos diferentes de navetes, espero que seja útil.




É isso...

Espero que gostem.

Beijo

"Meu Deus, como o tempo passa...
Dizemos de quando em quando...
Ao final, o tempo fica...
E a gente é que vai passando..."
Fado